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Sobre cigarros e outros vícios.

Eu particularmente não gosto de cigarros, nem gosto de drogas num geral. Eu não fumo, não bebo e também não faço outras coisas parecidas com essas. Por quê? Porque eu não tenho o costume de fugir da realidade e, honestamente, não gosto de depender dessas coisas pra alcançar a felicidade.

Se eu tivesse começado a contar, teria perdido a conta da quantidade de pessoas que eu conheço que associam bons momentos à bebida e ao fumo. É bastante comum no âmbito universitário, o qual eu faço parte. Parando pra pensar, eu nunca disse aqui que sou universitário. Eu sou, estudo Ciência da Computação (o que não tem nada a ver com o conteúdo deste site) e, mesmo sendo considerado pela maioria das pessoas como um curso de gente menos extrovertida, eu convivo com muitas pessoas "comuns".

Continuando nessa ideia do cigarro, eu já deixei de gostar de muita gente por conta do uso. Eu não gosto do cheiro e nem da ideia de usar, pra mim não faz sentido. Em O Mito da Caverna, de Platão, diz-se bastante sobre a ideia do conforto e da relação prisão-liberdade. Uma frase que resume bem a premissa desse mito — e de outras coisas que fazem alusão a essas ideias de zona de conforto, como o filme The Matrix — é:

Quando a prisão é confortável, a liberdade nem parece ser tão boa assim.
  — K. L. Melo

E, daí, as pessoas se viciam nesse método que parece fácil, rápido e sem consequências para alcançar os momentos felizes, que são, por natureza, difíceis de serem alcançados. Isso é assim por uma razão, para que tarefas difíceis sejam realizadas por nós, seres humanos. Sem a dificuldade na obtenção da felicidade, nós nos tornamos fúteis e nossas atividades se tornam vazias.

O Mito da Caverna fala sobre isso, sobre estar tão confortável em uma situação de limitação que o esforço para se tornar livre não parece valer a pena. O que há fora da caverna que seja tão bom que eu devo me esforçar para sair dela? Quer dizer, aqui tem tudo o que eu acho que preciso. Isso é um problema, a liberdade é algo natural e esses impecilhos artificiais atrapalham a prosperidade humana. Nós temos a capacidade de fazer coisas que parecem impossíveis mas não queremos ou, ainda, não achamos que conseguimos por conta desses prazeres que nos agarram e nos confortam.

Ter filhos parece difícil e parece não valer a pena, então por que eu deveria ter? Ter um relacionamento duradouro e verdadeiro com alguém pro resto da vida parece entediante, por que eu não deveria praticar essa poligamia tão prazerosa que a maioria vive?. Esses são só alguns exemplos de questionamentos que sinto que muitos têm. Pense mais nos seus vícios, às vezes você pode não fumar, beber e não usar outras drogas mas é viciado em coisas menos palpáveis e, por isso, talvez ache que é livre.

Pense melhor em você mesmo e nos seus vícios. Se você se parece muito com a população média, talvez seja um sinal de que você não está seguindo o melhor caminho que pode. Você é muito mais capaz do que parece, às vezes simplesmente não quer ser. E não, não está tudo bem com isso, como algumas pessoas com falta de intimidade com os assuntos da Filosofia gostam de dizer.

Não fume, pode ser o início de uma tragédia fatal.

K. L. Melo