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Um delíreo momentâneo especialmente lúcido.

Afogado em uma tristeza especialmente estranha, volto a este lugar para falar mais um pouco sobre mim de forma não covarde, contrário às últimas vezes, onde me escondi em versos e metáforas por mera vergonha do que realmente sou. Hoje preciso falar sobre mim e sobre o que ando sentindo ultimamente.

Como deixei escapar nas primeiras palavras do que digo, estou melancólico e preciso descobrir o porquê. Quer dizer, eu realmente preciso? É algo que não me pergunto muito, se me perguntasse talvez nada do que eu escrevi aqui até hoje existisse.

O ponto, afinal de contas, é que ando perdendo a vista do sentido da minha vida. Anda sendo difícil arrastar as coisas pra frente sem conseguir enxergar o final há algum tempo. Isso tem a ver com as coisas que eu digo aqui, sobre amigos, vícios et cetera. Não me sinto pertencente a nenhum lugar e, quando quero pertencer a algo, parece que não sou bom o suficiente para usufruir daquilo. É uma tristeza sem igual, a sensação de solidão é esmagadora.

E sobre solidão, isso me atormenta. Você também se sente sozinho? Talvez sim. Se não, fico triste, mas, ao mesmo tempo, feliz, por pelo menos não estar mais só quanto a essa sensação. Claro, nem tudo é tão ruim, as coisas podem melhorar. O problema é que espero essa melhora e, além disso, busco ativamente algo melhor há tanto tempo (sem resultado) que o esforço parece inútil. Eu ainda não consegui encontrar o que me faz bem e as coisas que gostava de fazer perderam o sentido. Escrever isso é algo doloroso, que custa muito. Não enxergo este texto em mim, não é algo que eu gosto de fazer e nem o que costumo fazer, mas sinto que é necessário dizer aqui sobre as coisas que passo.

E sobre este lugar, Truina, a única coisa que sei que jamais me abandonará. Quer dizer, apenas me abandonará quando eu abandonar a mim mesmo. Essa coisa não é especial, existem várias coisas iguais a essa por aí. Existem pessoas que são como isso, mas nunca consegui encontrar. Talvez tenha encontrado alguém com esse potencial, mas talvez tenha faltado algo para que se tornasse alguém que me ajudasse a viver.

E mais sobre isso, existe realmente alguém que se importa fielmente, ativamente, permanentemente com uma outra pessoa em especial? Você pode se importar mas esquecer por um tempo e isso já pode ser o suficiente pra destruir tudo o que um dia quis. E, ademais, quando você obtiver o amor dessa uma pessoa que você gostaria, a pessoa que você pensou amar, você realmente vai continuar a amar? Ou você só amava pensar em alcançar o seu objetivo de conquistar essa pessoa?

Isso é tão comum e tão triste, infelizmente faz parte de nós. O que eu realmente quero é ser feliz e ter pessoas que gostem de mim e de todas as coisas que eu fiz e que farei.

É pedir muito? Parece que não, mas acho que sim.

E um último comentário, que acho pertinente para o meu eu do futuro quando estiver relendo essas coisas todas (espero que você esteja por aí): Escrever ainda me faz ficar calmo quando estou desesperado, espero que você se lembre disso.

K. L. Melo