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A mística sensação.

Hoje pela manhã me deparei com uma cena fantástica do cotidiano: um pai e uma mãe no terminal de ônibus observando seu filho andando, caindo, se levantando e tentando ficar de pé de novo. Isso é simples, comum, mas que esconde um mecanismo incrível da vida: o amor.

Essa sensação mística que me persegue desde sempre se apresenta em diversas faces que considero as mais incríveis faces que algo possui, porque o amor é inexplicavelmente confortante, mais do que qualquer coisa que eu ouvi falar alguma vez ou senti, mais confortante até que a tristeza. As experiências proporcionadas pelas diversas faces do amor, que é uma palavra que eu não vou ousar definir aqui, mas espero que você saiba o que significa (e que tenha sentido alguma vez), tornam-se incríveis à medida que se apresentam de formas muito distintas. Pra começar, o amor do pai pelo filho, o olhar representou algo inexplicável e que eu senti à distância, sem nem saber ao menos quem eram essas pessoas, mas que qualquer um poderia dizer que havia afeto genuino naquela gente. A paixão pela própria criação, é isso o que talvez dê sentido à vida da maioria das pessoas com filhos por aí, e o motivo, não consigo entender ainda, porque acho que só há entendimento quando ocorre, e eu verdadeiramente quero sentir isso.

Um dos meus grandes sonhos, um dos maiores inclusive, é me tornar pai. Essa ideia de ter filhos anda cada vez menos na moda, pelo menos é o que eu observo, mas eu quero sentir a sensação de ser pai, eu quero ter a experiência e quero deixar o meu legado, eu quero passar pra frente o que eu procurei entender a vida inteira. Inclusive, isso tudo me lembra de outro amor, o amor que se sente por um estranho que, enquanto vai deixando de ser um estranho, torna-se a pessoa com quem você quer passar o resto da vida ao lado, envelhecer com esse alguém e, preferencialmente, morrer ao mesmo tempo.

Essa é outra ideia bem fora de moda, a ideia do momento é "curtir a vida", e curtir a vida pelo visto significa deixar pra pensar nesse tipo de coisa quando se é bem mais velho. Eu penso porque não vejo sentido em uma vida poligâmica, então é o que me resta pensar sobre, mas anda cada vez mais distante, pra minha infelicidade, a realização desse "simples" sonho meu de um amor eterno. Confesso que não sou dos mais experientes nisso, mas hoje eu quis tentar falar um pouco sobre, mesmo que eu não conseguisse falar tanto quanto eu gostaria de ter a capacidade. O que você acha sobre isso? Apesar de ter sido uma pergunta retórica, você pode fingir que me responde na sua cabeça e tirar algo sobre isso. Você acha que pensar nesse tipo de coisa quando se é bem jovem é algo ruim? Se não é algo ruim, você pratica isso? É uma coisa interessante achar algo certo, ou pelo menos dizer que é o certo, e não fazer isso, e é até que bem comum também.

No fim de tudo, eu acabei só falando o que veio à cabeça, um pouco diferente dos meus outros textos, quase que como um desabafo, mas não faz mal também falar desse jeito. E, como uma mensagem positiva para terminar este curto texto, sigo vivendo à espera de que o próximo dia seja o dia sorteado para ser o mais inesquecível dos dias, o dia em que um dos meus sonhos se realizará, e você pode pensar nisso também, porque sempre existe essa possibilidade. Esse fator pode te ajudar a levantar da cama com ânimo, assim como me faz levantar também.

K. L. Melo